Como me tornei uma realizadora de sonhos

Pra poder te mostrar como me tornei uma realizadora de sonhos, preciso te contar um segredo antes:

No dia anterior ao vestibular para Arquitetura e Urbanismo, precisei ir a uma lan house pesquisar sobre o que se tratava este curso.

Inclusive, gastei os últimos R$3,00 que haviam na minha carteira fazendo isso (o que me custou o almoço no dia da prova).

Vergonhoso, eu sei…

Mas juro que não sabia se existia alguma diferença entre Arquitetura e Engenharia.

E, a única garantia que tinha, era a da minha mãe ao dizer que, por gostar de desenhar, seria uma boa arquiteta.

Então, naquele computador ultra moderno, com o novíssimo Windows XP recém instalado (por isso a hora era tão cara), li alguma coisa a respeito em 2 ou 3 sites.

Nem lembro se cheguei a entender alguma coisa.

Pra ser bem sincera, aos 17 anos, não imaginava o que queria fazer da vida (e a verdade mesmo é que apenas gastei os meus R$3,00 a toa).

Confiei na minha mãe e ingressei ~ perdida ~ no curso, com a condição de que, se não gostasse dele, poderia sair.

Só que para minha sorte (ou destino), logo no meu primeiro dia de aula, acabei reconhecendo uma nuance do meu propósito divino através das palavras do meu professor:

“A arquitetura é uma das profissões mais lindas que existem. Enquanto as demais trabalham para resolver problemas, a arquitetura CONCRETIZA SONHOS!” 

E foi assim que eu simplesmente soube que deveria ficar.

A derrocada

Minha formatura foi em fevereiro de 2008 e confesso que saí dela do mesmo jeito que ingressei na faculdade: PERDIDA.

Não pelo curso em si, mas é que ainda não estava me sentindo muito preparada para ingressar no mercado de trabalho.

Pra “ajudar”, logo no mês seguinte, fui surpreendida com uma tentativa de estupro daquele que acreditava ser o meu melhor amigo na época.

E, como se não bastasse, ao pedir ajuda, NINGUÉM acreditou em mim e ainda perdi todas as “amizades” que tínhamos em comum.

(Você não imagina tudo que já passei para liberar esse ranço e estar conseguindo abrir este assunto aqui.)

Comecei “bem”, né?

Em relação à carreira, meu coração até tinha uma vaga noção do que queria, mas, impactada por esse trauma, não fazia ideia de COMO atingir meus objetivos.

Assim, agarrando a primeira oportunidade que surgiu pela frente, fui parar no serviço público, onde permaneci por infinitos 10 anos.

Até concordo em dizer que tive sorte.

A estabilidade financeira era razoável, as oportunidades de amadurecimento profissional foram ótimas, mas…

Sabe quando a gente simplesmente não nasce pra uma determinada função?

Desta forma, nada do que atraía para mim naquele lugar era favorável.

E, aquela sensação de estar sempre perdida, inadequada e despertencente, aumentava gradativamente a minha instabilidade emocional.

Abraçando a crise

Inevitavelmente, meu corpo começou a ruir de muitas formas.

Vivia de atestado médico e, por diversas vezes, fui ridicularizada pelos colegas de trabalho por isso.

Lembro de um episódio marcante, em que colocaram uma foto minha no mural da secretaria.

Uma foto que, por azar, havia sido publicada na coluna social da cidade.

Ela foi tirada num dia de breve sanidade mental, quando uma amiga me convenceu a sair pra dançar, na expectativa frustrada de me ajudar a melhorar.

Sem querer entrar em detalhes… em síntese, os julgamentos eram do tipo: “Alááá… não vem trabalhar, mas pra ir na balada tá boa né???”

Precisei lidar até com uma funcionária que guardou uma cópia daquela foto na gaveta para me mostrar toda santa vez que visitava o seu setor.

Enfim, a sensação que tive foi de me sentir pequenininha, do tamanho de uma bactéria, sei lá…

Logo, humilhada com essa exposição, meu quadro piorou significativamente e fui diagnosticada com síndrome do pânico.

Foram meses chorando sem parar, com dores fortes no peito. Achava que elas iriam me matar.

De fato, admito que, naquela situação, morrer parecia ser uma excelente opção. Só não tinha coragem suficiente pra isso.

Tentando a sorte

Insatisfeita com meu emprego, e motivada pela testosterona de um curso online ministrada por um “coach de sapatênis”, tentei arriscar algo mais coerente com aquilo que sonhava.

E, em paralelo ao meu emprego no serviço público, abri uma empresa chamada E-LEVE (por volta de 2012).

Nela, encontrei novos desafios, precisando lidar com clientes complicados (mas abençoada com algumas exceções).

Também precisei competir com uma determinada classe de arquitetos que não valorizava o ofício (e creio que essa parte aqui foi a pior).

Quando menos percebi, estava trabalhando uma média de 12 a 14 horas por dia8h na prefeitura + 4 a 6h em casa.

Esse ritmo perdurou por mais de TRÊS ANOS até a E-LEVE falir

… e, aí meu anjo, não teve outro jeito.

Definitivamente, COLAPSEI.

A cura

Cansada de me ver naquele estado, minha mãe interviu e sugeriu um descanso. 

Então, com a ajuda de minha família, fugi para perto do mar.

Fiquei uns dias off do mundo e, ao retornar, recebi um insight profundo!!!

Entendi por que não poderia desistir. Nem do trabalho, nem de mim.

Senti, sim, uma necessidade imensa de parar tudo que estava fazendo.

Mas não para renunciar meu caminho e, sim, com o objetivo de rever minhas ações e focar no que acredito!

Conto mais sobre isso aqui neste vídeo:

Logo depois, caiu a grande ficha do universo sobre minha cabeça e entendi qual seria o meu propósito, se escolhesse seguir nesta direção.

Veja bem… toda inadequação que sentia, cada abuso que recebia, qualquer comentário tóxico que me atingia…

Ao refletir com carinho a respeito (e com a ajuda de MUITA TERAPIA) percebi que todos os episódios desagradáveis vividos tinham a missão de me alertar e escolher o OPOSTO daquilo tudo em minha vida.

Também precisei entender que deveria abandonar a velha postura (difícil, porém confortável) de vítima do mundo.

Mas, principalmente: que a transformação que tanto queria estava apenas em minhas mãos.

Como consequência, comecei a olhar para mim, a curar minhas feridas e, naturalmente, fui fazendo as pazes com a humanidade.

E, nessa nova energia, floresci para uma nova visão do mundo e para o estudo do ser humano com muito mais profundidade e empatia.

Nasce uma Arquitetura com Essência

Mandala da Arquitetura com Essência, 2015 | Do esboço feito à mão à consolidação artística do símbolo deste projeto.

Aquele lampejo distante de colocar mais amor e significado na arquitetura, de repente, se tornou uma prioridade.

E a forma como isso se apresentou por aqui foi no sentido de desenvolver projetos mais humanizados, focados nas pessoas, no que elas sentem, naquilo que elas ACREDITAM!

Ou seja, eu queria ter a habilidade de ser uma REALIZADORA DE SONHOS.

E, como havia dito meu professor, no primeiro dia de aula daquele curso que “caí de paraquedas”, a ARQUITETURA era uma profissão perfeita pra isso.

Nada é por acaso, né? 

Dalí por diante, as peças deste quebra cabeça finalmente começaram a se encaixar para que me tornasse essa tal realizadora de sonhos.

Corporificando o conceito

O nome Arquitetura com Essência surgiu em 2016, como fruto deste processo intensivo de autoconhecimento (que continua até hoje).

Dentro dele, me especializei em Design de Interiores e também me tornei uma terapeuta holística.

Com o auxílio de terapias como o Reiki Usui TibetanoThetahealing e os Comandos Quânticos da Fraternidade Branca; e com a ajuda da Lu Suzuke, amiga querida de longa data e ex-sócia nesta empreitada, ocorreu o processo de construção deste conceito.

Hoje, ele também integra o Feng Shui, o Design Biofílico (uma linha da Neuroarquitetura), estudos astrológicos e outras ferramentas para a melhoria da vida cotidiana.

Manifestando o propósito da realização de sonhos

Hoje, com a ajuda da neurociência, busco entender como aquilo que a gente sente se reflete quimicamente no nosso corpo, para poder traduzir esses elementos numa arquitetura que cura.

Em outros termos, num ambiente que proporciona uma experiência de vida antagônica à que experimentei no passado.

Entretanto, faço isso sem deixar a lógica científica esfriar o processo e sem permitir que a magia da intuição se perca pelo caminho.

Afinal, a ciência sozinha é gelada. A intuição sem ação é só sonho.

Mas, juntas, no caminho do meio, resultam na manifestação da nossa verdade!

Portanto, eu vejo na Arquitetura com Essência (meu propósito divino) o manifesto sincrônico do sutil com o concreto.

Do ideal com o possível, do cotidiano com o funcional, do valor com a beleza e do nosso espírito com a Natureza.

Começando o processo da alma.

Do espaço invisível…

Até a expressão física da própria energia nas cores, texturas, formas, aromas e elementos no ambiente.

E, assim, aos pouquinhos, vou cumprindo meu papel de realizadora de sonhos no mundo.

Pois acredito que a morada sonhada só se realiza mesmo quando existe uma percepção do espaço que faça verdadeiro sentido.

Isto é…

… na concepção de lares com aura feliz e congruentes com o que se vibra em essência!