Ela estava envolvida por uma névoa muito agradável de se ver. Pois, para diverti-la, essa névoa brilhava, dançava, mudava de forma e de cor.

Por um instante, pensei que essa pessoa estava vivendo uma vida plena e feliz. Mas, com o passar do tempo, vi essa doce brincadeira se transformar em muita dor.

A névoa, antes alegre e, até mesmo, com um toque infantil, começou a escurecer. E a pessoa, gradativamente, a adoecer.

Então, me dei conta de que aquela visão não era felicidade e, sim, ilusão.

Essa pessoa havia criado essa fantasia toda para não ter que lidar com a verdade dos fatos, por alguma razão.

Porém, com o tempo, foi se tornando cada vez mais difícil sustentar esta mentira, exigindo muita energia vital para que ela continuasse existindo.

E, assim, essa pessoa foi se exaurindo até quase desaparecer em meio a densidade do entorno que ela mesma criou.

Quando achei que não havia mais qualquer chance de salvação, uma luz se acendeu, limpando toda aquela energia turva do entorno dela.

Mas, ela, cansada e doente, num primeiro momento, não reconheceu essa clareza toda e se assustou.

(Também, pudera… fazia tanto tempo que não via uma luz de verdade…)

Enfim… ela tentou fugir de todas as formas. Mas chegou num ponto em que não havia mais para onde correr!

Não teve mais jeito… ela se rendeu.

E, ao se entregar, a nuvem se dissipou, fazendo com que ela percebesse que estava no topo de uma enorme montanha.

Com vista ampla, de longo alcance. Ela estava num lugar de poder!

Daquele lugar, ela conseguia avistar todas as possibilidades que tinha. Os caminhos mais sinuosos, mais densos e até os mais tranquilos, bonitos e seguros.

Ela recuperou o rumo de sua vida ao decidir sair do mundo fictício de suas projeções para enxergar a mais pura VERDADE! E ela percebeu que, para permanecer lúcida neste caminho, tudo que precisava fazer é manter-se presente para discernir entre cegar-se ou,  desveladamente VER.