Ela aparenta uma idade avançada, mas de maneira alguma demonstra estar abatida. Muito pelo contrário, ela vibra muita boa vontade e disposição para fazer o que se precisa.

Dona Marta (nome que ela mesma informou ao visitar uma integrante do Clube do TEA) é um espírito de luz de uma senhora benzedeira muito sábia que contribui nas curas do Tratamento Energético para Ambientes.

E, nesta sessão em especial, ela veio nos trazer seus ensinamentos para ressignificar os cuidados com o nosso sagrado lar!

– Eu fico meio desinchavida quando vejo o que tão fazendo com o serviço de casa.

Tão falando por aí que é coisa de machismo, que é coisa de mulher fazê, como se fosse uma coisa ruim.

E tão matando aos poucos o ato sagrado que é cuidá do lar, sendo que cuidá do lar é tão sagrado que foi pedido pra mulher fazer.

Mas ficam dizendo por aí que isso é coisa ruim. Eu fico muito triste com isso minha fia.

Tentando argumentar, comentei:

– O problema é que isso se tornou uma sobrecarga na vida da mulher neste mundo moderno…

E ela, um pouco incomodada com essa minha visão distorcida, continuou:

– Eu não tô dizendo que a mulher deveria fazê isso sozinha. Assim como é certo que não é só o homem o único responsável pra trazê o pão pra denticasa.

O mundo mudou e as tarefas mudaram também, eu sei.

Mas o que tô querendo falá aqui é que tratam o serviço de casa como coisa ruim. E NUM É!

Quando eu limpo a casa, limpo a minha cabeça junto. E a cabeça da minha família também.

Como isso há de ser ruim?

A cada varrida na casa é uma varrida nas coisa ruim que precisa ir embora da vida.

Então a gente precisa abençoá até as xícra que a gente lava porque fazendo isso o bem vem pra gente de volta.

Quando a gente deixa a sujeira acumulá nos canto, a gente chama coisa ruim.

É por isso que tem tanta gente por aí querendo que a gente pense que cuidar de casa é coisa ruim.

Pra que o ruim possa entrar pra dentro!

Funciona assim: se você para de tomar banho, de cortá a unha, trocá de ropa, você vira mindingo.

Gente mal intencionada não respeita mindingo e ainda maltrata.

Quando a sua casa vira mindingo, as coisa ruim tudo em volta (que você não vê mas que tão ali) não respeita também.

É que nem dexá a porta aberta e pedi pra ladrão entrá.

Pelo menos é assim que isso parece aqui onde não tem coisa que se possa pegá. – Acredito que ela estava se referindo ao plano astral neste momento.

Então você pode dar o emprego pra alguém limpá sua casa, sem poblema nenhum.

Mas minha fia, não deixa de zelá pelo teu lar.

Amarra umas erva na vassora, queima otras pra limpá o ar. Deseja coisa boa… mal não lhe fará!

E se lembra que seu lar é teu abrigo sagrado, teu segundo corpo.

Então, muda esse teu jeito de tratar ele que tuuuuudo essas bênça que você tanto quer na vida vem.

A cura tá no jeito que você faz!

Então, ela saiu batendo com o ramo de ervas que trazia nas mãos em todos os cantos da casa, abençoando e entoando baixinho seus rezos até desaparecer.

Dona Marta, com toda sua luz e humildade, nos trouxe a importância de cuidar do lar como um ritual sagrado e não apenas como uma mera atividade corriqueira a ser desempenhada.

Afinal, quantas vezes deixamos esse cuidado para depois, devido à imensidade de tarefas que assumimos no dia a dia, acreditando que isso iria nos atrasar?

Quando a casa está limpa e em ordem, tudo flui melhor, muitos caminhos se abrem.

Como isso poderia ser uma maneira de atrasar a vida? Será que este cuidado não seria justamente aquilo que nos falta para que tudo passe a fluir melhor?

Sendo assim, reforço aqui a última fala de Dona Marta:

A CURA ESTÁ NO JEITO QUE VOCÊ FAZ!

Gratidão, Dona Marta!